segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O “SANTO” DOM LUSTOSA: HOMEM DE DEUS, PASTOR DO POVO

Mineiro de nascimento
Nasceu em São João-del-Rei,
Aos onze de fevereiro
Do ano oitenta e seis,
Do século passado, é claro!
Dom Lustosa foi preclaro
Pastor de muitas greis!


Conheço São João-del-Rei,
Cidade linda e garbosa,
Espremida entre os montes,
Num vale das alterosas.
Com justiça, me ufano,
De ter morado alguns anos
Na terra de Dom Lustosa.


No coração da cidade
Há um velho casarão,
Bonito, ornamentado,
Da pura pedra-sabão!
É o “Solar dos Lustosas”,
Relíquia rica e momosa
Que nos chama a atenção!


Foi ali que nasceu “Tonhos”
Ou o “Toinho Lustosa”,
Que se tornou Padre Antônio...
Vou já contar esta história.
Um homem cheio de Deus,
Que planamente viveu,
O binômio: “Paixão/ Glória”!


Quando pré-adolescente,
Sentiu-se por Deus chamado,
O pai leva ao seminário,
O filho vocacionado.
Em Cachoeira do Campo,
Matricula-se o “Santo”
Menino de pouca idade!


Em mil novecentos e quatro
Conclui o aspirantado
Em mil novecentos e cinco
Começa o noviciado
Naquela calma Lorena,
Mergulha a mente serena
Do mar da santidade!


Terminada aquela etapa,
Faz a sua profissão.
Pela emissão dos votos,
Entra na Congregação.
Com vinte anos de idade,
Ingressa na Faculdade
Com total dedicação!


Enviado para Roma
Estuda pedagogia
E com muito brilhantismo,
Cursou a filosofia.
Vontade firme e segura
Une-lhe fé e cultura
No condão da teologia.


Combateu o bom combate,
Estudou, cresceu na fé...
Voltando para o Brasil.
Ordenou-se em Taubaté.
Foi trabalhar em Lavrinhas,
Mas dali, com as malinhas,
Se transferiu prá Bagé.


Aquela “fuga” sutil
Tinha uma explicação,
Pois ali corria voz
Da sua nomeação
A bispo, a qualquer hora...
Ele ouvindo esta história,
Foge pela contra-mão!


Porém pouco adiantou
Fugir dessa missão.
Em breve foi feito bispo,
Resistir não dá mais não!
Frente a responsabilidade,
Encara ser a vontade
De Deus e dos irmãos!


Foi bispo em Uberaba,
Em Belém, em Corumbá!
Arcebispo em Fortaleza,
Neste quente Ceará
Foi um exímio pastor,
Santo, sábio, educador...
O tempo confirmará!


Todo mundo admirava
Sua angelical bondade,
O seu jeito de falar
Revelava santidade.
Corpo esbelto e franzino,
Com um olhar de menino...
Um asceta de verdade.


“O justo como a palmeira
Para o alto crescerá,
E nos átrios do Senhor,
Um dia florescerá”
Vaticinou Salomão
Numa solene oração...
Tome a Bíblia e verá!


Seus livros falam mais alto,
Do que estamos falando...
Quem já leu: “NOTAS A LÁPIS”,
Ou então o “RESPINGANDO”,
Percebe rapidamente
Neste escritor eminente
O estilo salesiano!


Fundou a congregação
A que chamou “JOSEFINAS”,
Voltada pra educação
Da infância feminina.
Com zelo, amor e fé,
Entrega a São José
O fim a que se destina.


Sentindo-se já cansado,
Pediu pra descansar
“Na casa salesiana,
Até a morte chegar”.
Foi acolhido em Carpina,
A recepção foi linda
Eu me lembro, estava lá!


O clero diocesano,
Da Fortaleza querida
Acompanhou o Pastor,
Chorando a despedida.
E quem ganhou foi Carpina...
Essa dádiva divina
Foi ali bem aplaudida.


Em Carpina ele viveu
Cerca de uns onze anos.
Foi u’a presença amiga
Pra todos salesianos.
Querido dos asperiantes,
Tal qual como era antes,
Com os seus diocesanos!


Sua presença no altar,
Era uma pregação.
Quando ia celebrar
Causava admiração.
Rezava pausadamente
Com os lábios, com a mente,
Imerso na adoração!


Em Carpina, Dom Lustosa,
Exerceu a ocupação
De ler muito e traduzir...
Trabalhando em oração!
Compilava biografia
Escrevia poesias
Com muita dedicação!


Numa tarde, ao sair
Da mesa da refeição,
Caminhava lentamente
De repente u’a distração...
Errou o passo e caiu
Calçada abaixo e partiu
O fêmur... que aflição!


Daí por diante, que pena!
Não pôde mais caminhar.
Numa cadeira de rodas
Começa a se “imolar”.
Velhice, dor, sofrimento
O sucumbem lentamente
Sem um gemido expressar!


Dom Lustosa faleceu
Com sinais de santidade
Aos 14 de agosto...
Naquela tranqüilidade!
“Sub umbra alarum tuarum...”
Voou para o santuário,
Da Santíssima Trindade!


A causa de Dom Lustosa
Já está no Vaticano,
Para ser apreciada
Pelos peritos romanos...
Da beatificação
Para a canonização,
Haja tempo, haja anos!


É preciso paciência!
Vamos saber esperar,
Nestes versos em cordel,
Eu peço: vamos rezar
Para o processo correr
E logo possamos ver
Dom Lustosa no altar!


Peço ao leitor amigo
Que faça divulgação
Dessa campanha bonita
Pela CANONIZAÇÃO
Do santo bispo mineiro
Nordestino e brasileiro
Dom Lustosa, nosso irmão!


Por fim eu faço um convite
Ao leitor estimado
Que acaba e reler
Este trabalho rimado:
Procure fazer de tudo
Para imitar as virtudes
Do nosso homenageado!


P. Valdemar Pereira dos Santos, SDB
Juazeiro do Norte, 01 de agosto de 2001.

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